Califórnia, SATA, Pedroso Way e Nathan’s Angels

 

Por terras da Califórnia

Depois de umas merecidas e bem gozadas férias por terras do sul da Califórnia, na companhia da família, cá estamos de volta a esta azáfama de trabalhos de fazer notícias, reportagem (não o faço sozinho), editar, montar e paginar (estas últimas três componentes vêm conjugadas na primeira pessoa do singular), para além de colaborações semanais e mensais com rádios locais e de Portugal e ainda RTP Internacional (nos programas Palavra aos Diretores e Portugal em Direto).
Pelo segundo ano consecutivo decidimos, eu e a cara metade, visitar a nossa filhota, que trabalha como enfermeira em Newport Beach, Laguna Beach e Hills, Corona Del Mar e Long Beach, áreas aprazíveis e que nos convidam a descansar e a banhar-nos nas calmas águas do Pacífico Sul dos EUA, com longas e lindas praias. Foi uma viagem para “carregar baterias”, que isto de descansar a mente é tão útil e importante como o descanso físico. Para além do descanso aproveitámos para visitar alguns locais que levávamos na agenda de visitas, como por exemplo Lake Arrowhead, conhecido por os Alpes do sul da Califórnia, situado nas majestosas montanhas da Floresta Nacional de San Bernardino, sendo efetivamente um segredo bem guardado na coesta oeste dos EUA, um paraíso de resort de montanha absolutamente espetacular, aconchegante e pitoresco, proporcionando inúmeras atividades recreativas ao ar livre, como caminhadas, mochila, ciclismo, esqui aquático e na neve, pesca e muito mais. Do cimo das montanhas pudemos apreciar uma deslumbrante paisagem criando a sensação de uma natural tranquilidade. Àqueles que gostam de montanhismo e de beleza natural aconselhamos uma visita a Lake Arrowhead.
Uma das localidades que planeámos uma visita era Artesia, cidade da área de Los Angeles e berço de uma comunidade portuguesa que ainda preserva os seus costumes e tradições. Lá fomos visitar a Portugal Imports, onde nos deliciámos com uma bica e um pastel de nata. Produtos enlatados, queijos e vinhos portugueses não faltavam. Sabemos que há outras organizações lusas em Artesia mas o tempo não permitiu para uma visita. Ficará certamente para uma próxima oportunidade.
Outra das localidades que ficámos a conhecer pela primeira vez foi San Diego, a pouco mais de uma hora de carro a sul de Newport Beach. Esta cidade na costa do Pacífico é conhecida pelas suas praias, parques e clima ameno havendo quem diga tratar-se do melhor clima dos EUA não se registando temperaturas demasiado altas ou baixas ao longo de todo o ano. Aqui apreciámos a reserva natural de Torrey Pines, que consiste num planalto com falésias com vista para a Torrey Pines State Beach, que é simplesmente das melhores praias do oeste norte-americano.
Com uma população de 1 milhão e 400 mil habitantes, San Diego é a segunda cidade mais populosa da Califórnia (a primeira é Los Angeles) e a oitava mais populosa dos EUA. Depois de apreciarmos umas boas ostras e outros guloseimas do fundo do mar, ali na baía e muito pertinho do maior aeroporto de uma só pista nos EUA, o Lindbergh Field, lá fomos visitar o USS Midway, agora museu e que nos transportou ao modus vivendi da tripulação deste enorme porta-aviões entre 1945 e 1992 albergando cerca de 200 mil marinheiros tendo servido em diversas missões humanitárias. Desde 2004 que foi transformado em museu. 
Acrescente-se que das várias cidades que já visitámos, e foram muitas, há três que nos enchem as medidas: Lisboa, Vancouver, BC, no Canadá e San Diego. As três oferecem diversidade: praias, natureza, história, cultura, lazer, etc...
A Califórnia não é outra América mas a América ali é outra, diria o saudoso Daniel de Sá.

SATA responde ao PT

No prosseguimento de uma notícia publicada no Portuguese Times, edição de 21 de setembro, dando conta do encerramento do escritório em New Bedford, eis que o gabinete de imprensa da SATA (a nosso pedido) acaba de confirmar isso mesmo. Apenas o escritório de Fall River mantém-se aberto e a partir de agora toda a representação comercial da Azores Airlines fica entregue à empresa Discover the World, que já trabalhou para a Cabo Verde Airlines.
Eis o comunicado do gabinete de imprensa da SATA chegado ao PT que aqui publicamos na íntegra:
“Na sequência das questões que têm vindo a ser levantadas por vários órgãos de comunicação social sobre a presença da SATA nos Estados Unidos da América, vimos por este meio reafirmar que o mercado dos Estados Unidos no global, e a diáspora Portuguesa, são uma prioridade estratégica.
O trabalho desenvolvido com parceiros tem sido significativo e ponderado ao longo deste ano, com resultados bem visíveis. A receita de ligações entre os EUA e os Açores vai atingir em 2022 o seu maior valor de sempre, cerca de 18% acima do que registou em 2019, pré-pandemia, e o número de rotas duplicou de 3 para 6. Dado o potencial em causa, fica claro que a SATA necessitou repensar a sua posição e dinâmica comercial no mercado, acompanhando a evolução dos tempos. Desse modo, a presença física no mercado foi revista e estão a ser criadas as condições para aumentar significativamente o apoio aos passageiros e agentes nos EUA.
Dando sequência ao processo de auxílios de estado autorizado pela Comissão Europeia e ao respetivo plano de reestruturação subjacente, o Grupo SATA terá de proceder ao redimensionamento da sua presença direta nos EUA, encerrando a loja de New Bedford a 30 de setembro e concentrando na sua loja de Fall River e numa reformulada estrutura de Call Center, sob a marca Azores Airlines, todo o apoio às comunidades portuguesas. A dinâmica global comercial é confiada a uma empresa especialista de amplitude mundial, com quem temos vindo a trabalhar com sucesso”.
Sem mais palavras. O tempo dirá se esta medida de entregar a representação comercial à Discover the World foi efetivamente a mais correta no sentido de proporcionar à companhia aérea açoriana uma maior expansão, sustentabilidade e rentabilidade no apetecível e auspicioso neste mercado norte-americano. A ver vamos...

Pedroso Way

Na última edição, o nosso colega Augusto Pessoa deu-nos conta da simbólica e justa homenagem da Câmara Municipal de Providence a Manuel Pedroso, um comerciante português natural da região de Leiria que muito tem contribuído para uma maior divulgação do nosso país no meio onde reside, utilizando o seu estabelecimento comercial não apenas como um lugar de vender produtos portugueses, mas também centro de convívio, cultivar amizades e até divulgar Portugal aos inúmeros visitantes nomeadamente os estudantes da Brown University, ali perto. Há mais de meio século que este português prestes a completar 103 anos de idade adquiriu este negócio. Tinha 21 anos quando em 1942 decidiu vir para os EUA onde adquiriu o seu primeiro emprego como soldador de barcos e mais tarde na marinha mercante.
Ao longo do seu percurso rico de América, auxiliando vários imigrantes que aqui chegavam, Manuel Pedroso tem sido alvo de várias homenagens na comunidade, mas esta proveniente da cidade de Providence é certamente especial ao atribuir o seu nome a uma das artérias ali pertinho da sua loja passando agora a designar-se por Pedroso Way.
Numa entrevista a um programa de televisão apresentado por nós há alguns anos e à pergunta: qual o momento mais marcante da sua vida. Resposta clara e peremptória: “foi quando arranjei uma namorada e casei-me. Ela era e ainda é muito bonita, já com os seus 95 anos”, concluiu Pedroso referindo-se obviamente à esposa.

Nathan’s Angels Memorial Foundation

Em memória do menino Nathan Joseph Soares, falecido em 2010 com apenas 18 meses de idade, realiza-se desde 2012 em Cumberland, RI, uma campanha humanitária destinada a ajudar famílias que tenham filhos afetados com vários tipos de cancro.
Nathan foi diagnosticado com Neuroblastoma, um tipo de cancro que se desenvolve principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade e que nasce a partir das células nervosas em várias partes do corpo, como o pescoço, o tórax, abdómen ou pélvis, sendo no entanto mais comum nos tecidos da glândula suprarrenal.
Passados dois anos após a sua morte, a família e amigos criaram a então Nathan’s Angels Memorial Foundation, que fornece ajuda financeira a crianças gravemente doentes. Correspondendo ao apelo da família e amigos a esta causa humanitária, a verdade é que a campanha tem vindo a crescer de ano para ano com a aderência de voluntários e de firmas comerciais que contribuem com o seu produto, tempo e disponibilidade, todos irmanados num objetivo: angariar o máximo de dinheiro possível para ajudar outras famílias que tenham filhos gravemente doentes. Este ano a campanha conheceu a 10ª edição. Até ao momento foram angariados 457 mil dólares, montante destinado a famílias com crianças vítimas de vários tipos de cancro. O nosso mais vivo aplauso para a família, amigos e voluntários. Bem hajam!