Aleluia - Cristo ressuscitou

 

Estamos em pleno tempo pascal. O momento mais alto para qualquer cristão, onde celebramos a Ressurreição de Jesus. A passagem da morte à vida. Da tristeza à alegria. Da derrota à vitória. Do desespero à esperança. Um tempo de voltarmos a olhar o futuro com nova esperança e com novo entusiasmo. Não podemos ficar na tristeza da sexta-feira da paixão! E o motivo é o fulcro essencial da nossa vida cristã. Jesus que foi morto, três dias depois ressuscita e aprece, de novo, aos seus discípulos, dizendo-lhes “A paz esteja convosco. Não temais. Sou eu”. 
Aleluia, Cristo Ressuscitou verdadeiramente. Alegremo-nos e exultemos n’Ele. Este é o pregão que mais ecoa por todo o mundo, nestes tempos pascais. Um anúncio que não pode deixar ninguem indiferente. É algo que a todos nos surpreende e que nos vem confirmar a maior verdade do Cristianismo. Cristo morreu, por nós e ao terceiro dia ressuscitou. 
A palavra Aleluia dá-nos o significado desta realidade. Uma palavra, de origem hebraica, que quer dizer “Louvem o Senhor”. Sim, é momento de louvarmos o Senhor, de todas as formas e maneiras. Porque Ele estava morte e voltou à vida. É esta a maior certeza da nossa fé, enquanto cristãos e seguidores de Jesus Cristo.
A Ressurreição de Cristo não é apenas e só um facto histórico que deixou o mundo atónico, há mais de dois mil anos. É, acima de tudo, um momento que faz renascer todas as coisas. Uma oportunidade de nos voltarmos a reencontrar com a Vida e com o seu significado maior. Uma vida que se prolonga para além da nossa morte física. Uma vida que nos aponta para a eternidade. Para o Céu. Para o mistério mais profundo do nosso ser. Para a entrada no Paraíso, onde Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, nos atraem para os valores eternos que não apodrecem nem enferrujam, pois Deus é Vida, ontem, hoje e sempre.
Jesus está vivo e está no meio de nós. É esta a riqueza inesgotável da Ressurreição de Jesus Cristo. Trouxe-nos uma nova oportunidade de voltarmos a renascer para uma vida nova. Para uma vida com mais sentido e com mais esperança. Para uma nova vida, onde a Paz, a Alegria e o Amor são os pilares estruturantes da nossa felicidade e da nossa caminhada, como frutos do Cristo Ressuscitado. 
 A Ressurreição de Cristo não foi em vão. Foi uma lição de vida para toda a humanidade. Um sinal de transformação para um novo céu e para uma nova terra. Para um mundo novo, com homens e mulheres mais irmãos e amigos, onde a paz seja o sinal de que a todos nos une e nos faz filhos de Deus e irmãos de Cristo. 
Nesta Páscoa, como seria bom que Cristo ressuscitasse nos corações dos políticos de Israel e Palestina. Da Ucrânia e da Rússia. Da República Centro Africana e no Congo. Do Burkina Faso e da Somália. Do Sudão e da Síria. Da Nigéria e do Haiti. E de tantos outros países, onde permanecem os sinais de morte, de ódio, de guerra e de destruição. 
Cristo Ressuscitou para ser sinal de luz e de paz entre os povos de todo o mundo. De ser sinal de irmandade e fraternidade entre todos os homens e mulheres de boa vontade. De mostrar aos governantes que a vida venceu a morte. Que a paz venceu a guerra. Que o amor venceu o ódio. Que a alegria venceu a tristeza. Que o pão venceu as armas. Que o diálogo venceu os individualismos. Que a fraternidade venceu os nacionalismos. 
Como nos diz, claramente, São João: “a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz” (Jo. 3, 18-20). 
“Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá”. (João 11:25–26)
Estas palavras de Jesus dão-nos a certeza de que a Sua Ressurreição nos coloca num caminho novo. 
No caminho do bem e da verdade. No caminho da felicidade. No caminho da eternidade.
Como diz o poeta português, Sebastião da Gama:


“O Senhor Deus passou…
Passou e não parou…
Mas porque eu sou de barro e o barro é mole,
Profundamente me deixou gravada,
No meu corpo de barro,
A Sua subtilíssima Pegada”.