O Abril, vinte e cinco,
É uma data marcada
Guardada com muito afinco,
Numa Paz sempre lembrada!
Nesta paz tudo afirmado
Entre finais sem agravos
E sem sangue derramado
Só espingardas com cravos!
A Pátria!
Terra de heróis,
Poetas e Santos!
A Pátria, que a gente tem,
É uma jóia querida,
Uma Mãe que queremos bem,
Amando-a por toda a vida!
Pátria, palavra tão boa,
Que tanto herói já honrou,
Sítio onde nasce a pessoa,
Berço onde ela se embalou!
É a Pátria minha Mãe,
Mas Mãe não uma vez só
Numa geração já vem
Bem antes de minha Avó!
A Pátria, para o imigrante,
É uma Mãe que ele adora,
Que sentindo-a tão distante
A recordar, ele chora!
Há uma Pátria nos Céus,
A mais linda, a mais bela,
Mas, esta, só sabe Deus
Quem vai ter direito a ela!
A Pátria, não é só minha,
Porque ela pertence a tantos,
Ao plebeu, rei, rainha,
Heróis, poetas e Santos
Nossa bandeira das quinas,
Num verde e rubro misto,
Com seus castelos e colinas,
E, as cinco chagas de Cristo!
Tudo que estou mencionando,
Com meu orgulho e firmeza,
Tão distante e sempre amando,
É a Pátria Portuguesa!
Para nós,
Portugueses Imigrantes,
Camões o senhor da língua Portuguesa!
Camões, desde tenra idade,
Nas mais lindas poesias,
Mostrou sua qualidade,
Em sonetes e elegias!
Seus estudos completou
Sem ter vinte anos feitos,
E quando à Corte chegou,
Começaram os seus preceitos,
Primeiro, uma paixão,
Impossível, arranjou,
Em que Ei-Rei D.João
Sua Natércia o negou!
P’ra que melhor elucide,
O nome que ele encobria
É, Catarina D’ Atayde,
Natércia é na poesia!
Sofrido e desiludído,
Foi p’rá vida militar,
Tendo ele se oferecido
Ir para Ceuta lutar!
Bem perto de Gibraltar
Num combate, no estreito,
Junto com o Pai a lutar,
Perdeu seu olho direito!
Voltou de novo à Nação,
Com a cicatriz imensa
Nem por isso D. João,
Deu-lhe a menor recompensa!
Camões, já na Capital,
Sem alguém que lhe acuda,
Doente dum mal fatal,
Só Jao era sua ajuda!
Jao, o seu fiel criado,
Que à noite, de sacola,
Corria por todo o lado,
A Pedir p’ ra ele esmola!
E num valor tão profundo,
Com toda a sua glória,
Camões morreu para o mundo,
Mas, não morreu p’ ra História!
P. S.
O 25 de Abril
Uma revolução segura,
Qu’ em abono da verdade,
Tirou-nos da Ditadura,
Dando ao Povo a Liberdade!