Novos tratamentos para a Doença de Alzheimer

 

Apesar de estarmos ainda a alguma distância de tratamentos que tratem efetivamente e até curem esta doença neurológica tão grave e que afeta ou vai afetar milhões neste país, sempre parece haver alguma “luz no fundo do túnel”. Depois de ler sobre os fracassos de dezenas de produtos destinados ao tratamento desta demência, finalmente aparecem alguns fármacos que podem vir a ser de grande utilidade. 
Quando estava a fazer o meu internato complementar de especialidade  (Residency) no Hospital Butler da Brown University, em Providence, tive o privilégio de trabalhar com e consultar um grande especialista em Geriatria e Problemas de Memória, o Dr. Stephen Salloway. Numa entrevista recente, este médico neurologista deu aos seus pares novas informações sobre um tratamento ainda em fase de investigação, mas que promete ser um modo diferente, e potencialmente efetivo de tratar a Doença e Alzheimer, de que todos os leitores devem conhecer, nem que seja pelo nome. Trata-se de uma doença neuro-degenerativa de causas desconhecidas, e caracterizada por uma destruição do tecido cerebral, com acomulação de proteínas anormais, e consequente perda progressiva de memória, eventualmente levando ao estado de coma e morte. 
Um medicamento da companhia Biogen (Aducanumab) está a ser investigado numa fase avançada contra as tais proteínas anormais (amilóides) desta doença. Segundo o dr. Salloway, esta não será a cura, mas poderá ser um grande passo em frente, mais um degrau, no futuro do tratamento e prevenção. Isto é sem dúvida uma boa notícia, pois não pareceu nenhum novo tratamento nos últimos 17 anos, e cada vez mais idosos (e não só) vão perdendo as faculdades devido ao Alzheimer. Este será o primeiro medicamento a tratar a patologia desta doença, e não só os sintomas, como as drogas anteriores, que perdem eficácia ao fim de apenas alguns meses e não param a progressão da demência.
Mais ainda, um produto da companhia AB Science, apelidado Masitinib, está também em fase adiantada de investigação. Este tratamento parece ter efeito durante a fase precoce da doença, com manutenção das necessárias faculdades mentais e de memória. Por esse motivo pode ser de grande utilidade, se a investigação provar que em grupos maiores os resultados continuam positivos.
Muitos outros produtos estão ainda em fase inicial de testes, mas continuo esperançado que em breve vamos ter as “ferramentas” necessárias a poder tratar esta terrível doença e evitar também os enormes custos para familiares e sociedade em geral. 
Haja saúde!