Conselho Mundial das Casas dos Açores

 

O Conselho Mundial das Casas dos Açores (CMCA) foi criado a 13 de novembro de 1997, na ilha do Faial, sendo a “Declaração da Horta” subscrita pelas suas 10 Casas fundadoras: Lisboa, Rio de Janeiro, Califórnia, Quebeque, Norte, São Paulo, Toronto, Nova Inglaterra, Algarve e Coimbra.
Eram quatro os objetivos fundacionais do CMCA, que ainda hoje se mantêm:
Em primeiro lugar, “articular a ação das Casas dos Açores entre si e entre estas e a Região”;
Em segundo lugar, “reforçar o papel das Casas dos Açores naquilo que são os seus objetivos comuns, designadamente no que representam de serviço às comunidades, na dignificação do seu nome e da Região, como agentes divulgadores e defensores dos valores e interesses dos Açores”;
Em terceiro lugar, “promover e intensificar a ligação com instituições e entidades oficiais e privadas portuguesas, particularmente açorianas, e dos países e regiões de acolhimento”;
Em quarto lugar, “emitir parecer, sem caráter vinculativo, quando solicitado pelos órgãos de Governo próprio da Região, sobre assuntos de interesse específico dentro do seu âmbito de ação”. 
Foi com este “caderno de encargos” que o CMCA nasceu e cresceu. 
Cresceu para Winnipeg e Santa Catarina, em 2001; para o Rio Grande do Sul, em 2003; para o Uruguai, em 2011; para a Bermuda, em 2016; para o Maranhão e Madeira, em 2021.
E continuará a crescer, desde logo, para o Espírito Santo, cuja Casa dos Açores, atualmente com estatuto de observadora, já estará em condições regulamentares de ser formalmente admitida na assembleia geral de 2024.
A 13 de novembro de 2022, comemorou-se na cidade da Horta os 25 anos do CMCA com 16 Casas dos Açores.
Em 2027, por ocasião do centenário da pioneira Casa dos Açores em Lisboa, é possível comemorar os 30 anos do CMCA com, pelo menos, 20 Casas dos Açores.
Neste quarto de século de vida conjunta, a reunião anual da família açoriana já percorreu diferentes geografias da nossa diáspora.
Reuniu seis vezes no Canadá: Montreal em 2000 e 2015, Winnipeg em 2005 e 2022, Toronto em 2008 e 2017;
Reuniu cinco vezes no Brasil: São Paulo em 2002, Gravataí em 2007 e 2018, Rio de Janeiro em 2011, Florianópolis em 2023;
Reuniu quatro vezes em Portugal continental: Lisboa em 1999 e 2009, Porto em 2001 e 2013;
Reuniu duas vezes nos Estados Unidos da América: Fall River em 2004, Hilmar em 2014;
Reuniu uma vez na Bermuda, em 2019;
E reuniu sete vezes na Região Autónoma dos Açores: em 1997, no Faial; em 2003, em São Miguel e Terceira; em 2006, no Pico e Faial; em 2010, na Graciosa; em 2012, em São Miguel; em 2016, nas Flores e Corvo; em 2021, em Santa Maria.
Regressa aos Açores em 2024, sob a presidência da Casa dos Açores do Ontário, para reunir a sua XXVI Assembleia Geral na única ilha ainda não visitada pelo CMCA: a ilha de São Jorge, no centro do grupo central do nosso arquipélago.
As reuniões presenciais da Assembleia Geral do CMCA, culminando um trabalho conjunto anualmente desenvolvido noutras três sessões em ambiente virtual, fortalecem o Conselho Mundial, entusiasmam as Casas dos Açores e valorizam a diáspora açoriana.
Para além de tudo mais, elas distinguem personalidades e entidades das nossas comunidades e notabilizam produtos açorianos de reconhecida qualidade.
Desde a segunda assembleia em 1999, já foram homenageadas 53 pessoas e instituições, como, por exemplo, Pedro da Silveira, Alexandre Linhares Furtado, Emanuel Félix, Alzira Silva, Jaime Gama, Carlos César, António Machado Pires, Carlos Carreiro, João Bosco Mota Amaral ou Duarte Mendes; o Instituto Açoriano de Cultura, a Irmandade do Divino Espírito Santo de Porto Alegre, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, a Universidade dos Açores ou os jornais Tribuna Portuguesa e A Voz de Portugal.
Desde a terceira assembleia em 2000, já foram distinguidos 18 “produtos açorianos de qualidade”, como, por exemplo, o vinho do Pico, o chá e o ananás de São Miguel, o queijo da Terceira, a queijada da Graciosa, a meloa de Santa Maria, o peixe e a carne dos Açores, a Viola da Terra e até o Destino Turístico Açores.
Em dezembro de 2023, na sua reunião de Florianópolis, o CMCA deliberou reconhecer, como produto açoriano de qualidade, a Renda de Bilro de Santa Catarina – um artesanato emblemático da nossa herança identitária no Sul do Brasil, demonstrando afinal que somos Açores onde quer que estejamos. 

 

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Diretor Regional das Comunidades no Governo da Região Autónoma dos Açores
Texto extraído do seu livro Transatlântico – 
Açorianidade & Interculturalidade (2024)