Telemóveis: riscos para a saúde?

 

Muito se tem dito e escrito sobre potenciais riscos para a saúde com o uso de telemóveis, mais especificamente dos “smartphones” que não conseguimos dispensar todos os dias. O “social media” na internet muito contribui para todo um conjunto de alarmes sem justificação real, como a ideia de que os telemóveis causam cancro do cérebro, e outras ideias delirantes. Do mesmo modo que as linhas aéreas ainda obrigam aos telemóveis estarem em “flight mode”, e sem “Bluetooth”, como medida de precaução, apesar de não haver qualquer prova que telefones portáteis possam interferir com os comandos eletrónicos do avião. Neste caso em particular, penso que mesmo sendo uma possibilidade mínima, valerá a pena continuar esta prática. A agência aerospacial NASA que coleta dados relativos a problemas com material eletrónico durande o voo, indica que a maioria dos casos resumem-se apenas a fumo ou pequenos fogos causados pelas baterias dos telemóveis.
Dito isto, há outra área em que a possibilidade de complicações na área da segurança na saúde pode ser mais real: a interferência com equipamento de saúde. 
A questão que se põe é da possibilidade dos telemóveis afetarem a operação de equipamento médico em uso pelo paciente, particularmente ICDs e Pacemakers, cuja função é manter o bom funcionamento cardíaco num coração em risco de arritmias fatais. 
A American Heart Association publica na sua página da Net uma lista de potenciais equipamentos que possam interferir com Pacemakers, embora admitindo que o risco é mínimo. Além disso, um estudo recente da Mayo Clinic efectuando 300 testes, não encontrou qualquer caso de interferência eletrónica.
Apesar destes dados, é possível que os smartphones e smartwatches possam causar problemas devido aos campos magnéticos que geram. Ambos incluem imanes potentes que podem desestabilzar equipamento cardíaco, incluindo desativar pacemakers e desfibrilhadores implantados. Daí que a Apple e outros fabricantes de telemóveis recomendem que estes aparelhos e similares sejam mantidos pelo menos a 6 polegadas (15 cm) dos dispositivos cardíacos. 
A possibilidade de complicações pode ser pequena, mas como reza o ditado “o seguro morreu de velho”. 
Haja saúde!