Como foi que a “bandeira branca” se fez símbolo da paz?

 

COMO UM PEQUENO PEDAÇO DE PANO, simples e desprovido de cor arrebatadora, se tornou poderoso? Eis a história da BANDEIRA BRANCA.
QUEM A VÊ INSINUAR NO AR, lá do outro lado de uma qualquer barricada, apreende de imediato a mensagem: vem aí uma rendição, no mínimo um pedido de trégua, invariavelmente uma promessa de acalmia em tempos de turbulência. Mas como foi que a BANDEIRA BRANCA se fez símbolo de paz? Percebê-lo implica recuar até ao século I d.C.. Reza a História que foi por esta altura que ela começou a ser usada, tanto no Oriente, em plena dinastia Han, como no Ocidente, durante o Império Romano. Mais precisamente, na Segunda Batalha de Cremona, relatou o escritor romano Tácito.
E DESDE ENTÃO FOI RESISTINDO AOS TEMPOS. Na Idade Média, por exemplo, os povos hasteavam-na em detrimento das cores das suas próprias bandeiras, se quisessem mostrar que se pretendiam colocar de fora de uma certa batalha. De resto, os próprios mensageiros andavam de branco. E até o príncipe de Calecute se agarrou a BANDEIRA BRANCA quando, no final do século XV, Vasco da Gama descobriu por fim o caminho marítimo para a India e lhe entrou pelas terras adentro.
O SEU USO ACABARIA MESMO REGULADO pelas Convenções de Genebra de 1899 e 1907, em que se consagra que o seu uso indevido, como falso protesto para atrair um adversário a uma cilada, é considerado crime e guerra. E, afinal, porquê o branco? Por mera conveniência. É que na Antiguidade os panos brancos eram de longe os mais comuns, o que permitia que com facilidade se “desenrascasse” algo que servisse de apelo á paz. Além da visibilidade, claro, porque o branco facilmente se distinguia nos campos de batalha. De lá para cá, mudaram as tácticas, mas não o significado do mais singelo e poderoso pedaço de pano. E quem não anda, por estes dias, a suspirar por ele?